Talvez muitos de nós não saibamos a resposta para a pergunta que ronda a mente de todo e qualquer fã: Por que escrevemos ou lemos fanfics? Caso não saiba, fic, ou fanfic, é uma abreviação para fan fiction. Traduzindo, é uma história fictícia criada por fãs de determinado artista ou ídolo em geral, e nessa categoria entram também desenhos animados e personagens de quadrinhos, de outros livros e afins. Você com certeza já viu uma autora divulgando seus trabalhos, e, provavelmente, se questionou qual a razão desse universo ser tão consumido, não encontrando muitas respostas.
Pra começo de conversa, é bom a compreensão de que as histórias são uma fuga. Segundo Sigmund Freud, pai da psicanálise, o homem vivencia certos tipos de projeções, que são assim denominadas por servirem como alívio para sentimentos de culpa ou raiva. Explicando em outras palavras, todos os sentimentos negativos e naturais da psiquê humana são combustível para parte da nossa energia criativa, por isso, histórias e desenhos sempre carregam parte de nossa personalidade. Em resumo, escrever é saudável, e você pode muito bem compreender isso lendo o livro E a Louca Tinha Razão de Linda Schierse Leonard, filosofa e analista Junguiana que traz um ponto de vista em relação ao tópico voltado para a mulher.
Com isso em mente, é muito fácil compreender a razão pela qual mulheres são as maiores consumidoras de histórias fictícias. Qualquer indivíduo que sofre com determinado tipo de repressão pode sublimar suas energias negativas em um universo alternativo, que por vezes acaba sendo em fanfics, livros e similares. Justamente por tal opressão, é mais fácil criar um universo em que as coisas funcionam como o autor quer, se opondo a repressão sofrida no cotidiano ou explicitando sentimentos abafados de uma maneira menos literal. É também mais comum que nos apeguemos à um enredo que, de alguma forma, seria visto com maus olhos por um ou outro, como homoafetividade (que obviamente não é problema nenhum), consumo de drogas, agressão e psicopatologias.
É preciso relembrar que ter um ídolo não é considerado doença mental e faz parte da construção de qualquer ser humano, sendo um exemplo de inveja saudável, afinal, nossos primeiros ídolos são nossos pais ou cuidadores. Com o tempo, uma mente saudável passa pelo denominado “luto” dos pais da infância e logo começamos (e precisamos!) buscar outros exemplos. Almejamos ser como as pessoas que admiramos e elas irão servir para construir parte do da personalidade e das ambições de cada um. Lembrando que a personalidade é constituída pelo caráter e temperamento (ambiente e biologia).
Por ser uma atividade tão natural e saudável, ser fã e o exercício da imaginação com aqueles que nos são ícones em alguma área (profissional, social e outras), é nada mais do que a nossa capacidade criativa sendo desenvolvida. Não sabemos como os artistas ou influenciadores são, e, na verdade, nunca se escreve sobre a personalidade em si, e sim representações imaginárias que não condizem com a realidade. Novamente, é algo pessoal, usando a imagem de algo conhecido e admirável para alcançar um objetivo. Compartilhar desse hobby com amigos é também uma atividade construtiva e desenvolve a sociabilidade e alivia tensão.
Por que é tão comum que se almeje que sua história tenha um bom feedback? É o seu inconsciente trabalhando. Inconsciente é mais um conceito de Freud, que é uma parte da nossa mente onde estão armazenados os conteúdos desagradáveis. Já segundo Carl Jung, pai da Psicologia Analítica, seu inconsciente pessoal é o responsável por sentimentos, ideias e desejos reprimidos durante sua vida. Em resumo: Você expôs suas vontades mais internas, mesmo que com um reflexo mínimo sobre o quão pessoal a história é. Nada mais justo que sentir-se aceito e compreendido ao ter reconhecimento a partir de sua história.
A Nunca Pause o MV não se posiciona contra ou a favor de tais práticas. Esse artigo tem a finalidade única de explicar as razões, segundo a psicologia, para a escrita ou leitura de história fictícias com os ídolos adquiridos durante a vida. Comente sua opinião! Você lê, escreve, ou tem um ponto de vista distinto?
PS: Esse artigo foi escrito e revisado por estudantes de psicologia do 3º e 7º período, feito com o linguajar menos técnico para aumentar a facilidade de compreensão! Estamos completamente abertos a correções e indagações.
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