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Kpop no ambiente universitário e em trabalhos de conclusão de curso.

Seguindo a ideia propagada popularmente de que o Kpop é consumido majoritariamente por crianças e adolescentes, nossa equipe tem buscado desde Julho de 2019 coletar informações sobre o público brasileiro. Em 16 de abril de 2020, 3000 pessoas responderam uma enquete no facebook (x) sobre a idade dos curtidores da página. Os resultados adquiridos foram os seguintes:

Resolvemos seguir o modelo de votação por reações pois o algoritmo do facebook, muito embora nos dê o feedback da faixa etária dos curtidores, é enganado por datas de nascimento falsas. Com os resultados, chegamos a conclusão de que 56,2% do nosso público em particular é maior de idade. O fato de que o público jovem têm migrado para o Twitter colabora com o resultado, no entanto, ainda assim temos uma grande maioria em uma plataforma importante.
Por isso, perguntamos também em nosso instagram. As idades variavam dos 41 aos 12 anos de idade.

Com essa questão em mente, em julho de 2019 perguntamos aos nossos seguidores no twitter: Há produção de conteúdo universitário embasada no Kpop? (x) As respostas não poderiam ter sido mais satisfatórias! Indo ainda mais de encontro ao dizer popular que a música pop coreana é infantil, tivemos o prazer de conhecer algumas Kpoppers que entraram ou já se formaram na universidade e usam os diversos temas que englobam o Kpop para pautar seus trabalhos de conclusão de curso e trabalhos acadêmicos no geral.
https://www.instagram.com/p/ByaTkiKn4aT/
Rafaela foi uma das curtidoras que nos contatou. Ainda não concluiu seu curso de Artes Visuais, tendo iniciado os estudos na universidade em 2019. No entanto, isso não a impediu de construir os alicerces de sua futura profissão com grande influência do Kpop. Com certeza os temas casaram, e muito bem: dança e K-pop andam juntinhos, e foi justamente o K-pop que a influenciou a escolher a futura profissão, principalmente o grupo SHINee. Rafaela atalmente estuda em EAD com objetivo de mudar para o presencial em breve.
Seu treino era persistente, das 06:00 da manhã até as 10:00 em suas aulas de Jazz, apenas para fazer uma pause e continuar dançando até às 16:00, quando as aulas da faculdade se iniciavam. Seu sonho é inspirar outros artistas como SHINee e Rino Nakasone fizeram consigo. O K-pop já a levou longe, ganhando admiração de seus professores e ganhando premiações de melhore performance.

Fui capaz de fazer tudo sozinha , sou incrível. – Rafaela ao falar sobre sua performance de ‘Under My Skin’.

https://www.instagram.com/p/CBlSN4rp4hs/
Serena Miyazaki realizou um trabalho sobre ‘A construção de um idol: Um estudo de caso sobre BTS e como as empresas de kpop utilizam a web 2.0 em sua estratégia de divulgação.’ A estudante de Publicidade e Propaganda revelou que no seu círculo de amigos na faculdade não havia preconceito com seu tema escolhido, muito pelo contrário. Seus colegas e orientador conheciam sobre sua paixão pelo K-pop, e justamente por isso apoiaram sua decisão.
E… tá ai uma verdade frequente. Eu (Wanne/Bnior) e Mayuki estudamos psicologia em uma instituição privada, e não há grandes repressões em relação a nossa simpatia pelo gênero. O que aconteceu foi diferente do esperado: muitos de nossos colegas se tornaram k-poppers, outros, passaram a ouvir músicas de grupos populares. Desde quando iniciamos o curso em 2017 o K-pop se mostrou muito presente em acessórios, camisas, mochilas, cadernos e tocando pelos corredores.

@npomvfeat. EU comendo batatinha . ##kpop ##npomv ##bts ##monstax ##exo ##blackpink? som original – npomv


Letícia Ferreira da Silva e defendeu em seu TCC que para entender o público online com intuito de criar projetos relevantes para a comunidade visada, é preciso compreender o comportamento dessa comunidade de antemão. O artigo, que você pode encontrar aqui (x), traz um estudo detalhado sobre o uso das redes sociais pelos fãs de K-pop e sobre seu comportamento na internet, além de mostrar números relevantes que provam a grandiosa popularidade do gênero no Brasil.
Quando questionada sobre as dificuldades em relação ao possível preconceito enfrentado com o tema escolhido, Letícia respondeu?

E eu escolhi o k-pop como tema porque fazer um TCC é bem difícil (principalmente uma monografia que você faz sozinha) e eu acho que quando você escreve sobre uma coisa que você ama, tudo se torna mais fácil. Você faz as coisas com mais vontade e aquele 1 milhão de artigos, livros e outras referências que você precisa buscar se tornam mais divertidos. Tudo fica mais leve. Não houve nenhuma rejeição por parte dos meus colegas ou professores. Meus colegas sabiam que eu era fã de k-pop então minha escolha já era algo que eles esperavam (alguns até foram assistir minha apresentação!), e meus professores se interessaram pelo assunto, acharam diferente.

Novamente, retornamos ao ponto inicial do nosso artigo. Se K-pop é um tópico tão desprezado, por que, no ambiente acadêmico, que é sério e rodeado de leituras e pesquisas, recebemos apoio e não olhares atravessados? Letícia continua, contando sobre seu orientador de TCC:

E meu professor orientador foi incrível! Ele abraçou a ideia desde o início e me ajudou muito. Ele entrou em vários sites de k-pop pra entender mais do assunto, comprou livros sobre fãs pra eu ler e até assistiu a transmissão do show do BLANC7 no Anime Friends de 2017. O apoio dele foi muito importante pra mim.

Cada experiência é única, no entanto, no nicho de nossa pesquisa percebemos que o ambiente universitário é capaz de trazer frutos positivos.
A criatividade e informação não param! Beatriz Filippo elaborou seu trabalho, que pode ser encontrado aqui (x), para o curso de Jornalismo. Bea, como se identifica em seu twitter, criou uma plataforma a partir do Wix com informações pertinentes a cultura do Kpop. O portal conta com materiais interessantíssimos, indo da história do K-pop até a realização de eventos no Rio de Janeiro, local em que baseou parte de sua pesquisa.

No Rio de Janeiro, especificamente, o gosto pelo K-Pop se desdobra em diversas formas de dedicação por parte desses fãs: desde a simples tarefa de ser fã até o interesse pela cultura tradicional. – krrj, de Beatriz Filippo.

O kpop está também em documentários. Nyu Mello nos contou como sua experiência foi tranquila. Em sua graduação, seus colegar apoiaram seu tema de escolha, muito embora tenha encontrado dificuldades para encontrar um orientador. A maior problemática era a falta de conhecimento dos professores sobre o tópico, mas seu orientador a auxiliou com as questões antropológicas, explicando como o K-pop chegou até o ocidente.
https://www.behance.net/gallery/89213293/DOC-K-POP-E-O-MUNDO

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