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Konglish: a mistura do Coreano com o Inglês

Você com certeza já ouviu o clássico “fighting” que os sul-coreanos usam pra encorajar uns aos outros em situações que exigem aquele estímulo externo pra executar alguma tarefa qualquer. A expressão “fighting” deriva do inglês e quer dizer, numa tradução não literal, algo como “lute! vá em frente! força!” e é um bom exemplo de como a língua anglo-saxã domina o vocabulário cotidiano na Coreia do Sul, principalmente entre os mais jovens e no meio cultural. 

O Konglish é uma combinação entre a língua coreana e o inglês e é considerado um fenômeno único, que reflete a identidade cultural da Coréia do Sul e demonstra a flexibilidade linguística do coreano. Por ser uma espécie de dialeto relativamente novo, ainda não existem muitos estudos acadêmicos que analisem com minúcia seu uso no dia a dia do país asiático, mas já é possível afirmar que a união das duas línguas se tornou profundamente significativa para a cultura moderna na Coréia. 

BooSeokSoon fazendo o gesto manual que acompanha a expressão “fighting!” (também escrita como “hwaiting!”).


Mais do que uma simples combinação

É importante, no entanto, salientar que o Konglish não é simplesmente a soma do inglês com o coreano. Ele é mais que isso, se desenvolveu de maneira distinta na sociedade e hoje em dia os termos podem ter significados diferentes dos originais dependendo do contexto, comportando-se quase como falsos cognatos. Um exemplo disso é o termo “skinship”, uma combinação das palavras em inglês “skin” (pele) e “relationship” (relação). O resultado, que não é usado em sociedades de língua inglesa, é uma mistura com significado único, representando o contato físico entre duas ou mais pessoas. Enquanto algumas palavras são fáceis de decifrar, outras já escondem sentidos não muito evidentes, por isso é fundamental interpretar o contexto e pesquisar suas definições particulares.

Com seu aspecto e sonoridade únicos, o Konglish representa muito bem como os sistemas linguísticos evoluem de geração em geração, transformando-se em ferramentas verbais mais globalizadas de comunicação. Nesse sentido, vale também pontuar que a pronúncia dos termos emprestados do inglês é geralmente adaptada à fonética coreana, fazendo com que o resultado seja, às vezes, difícil de entender. Para pessoas como a gente, já imersas no conteúdo cultural produzido na Coreia, pode ser mais fácil compreender e sair por aí soltando alguns “fighting!” ou “selca” (selfie + câmera) sem querer.

Ficou com vontade de observar na prática como é complicado eliminar o inglês do vocabulário coreano? Dá um play no vídeo aqui embaixo e prepare-se pra rir bastante.

Stray Kids jogando um jogo em que uma das regras é não usar palavras derivadas do inglês.

Referências: (1), (2)

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