Mais do que música, o K-pop virou estratégia. Grupos como VCHA, KATSEYE e XG mostram como empresas coreanas estão levando seu modelo para o mundo e redesenhando o mercado do entretenimento.
A fórmula do K-pop além da Coreia
Nos últimos anos, o K-pop consolidou-se não apenas como um fenômeno musical, mas como um modelo de negócio replicável em escala global. O que antes era uma indústria concentrada na Coreia do Sul agora se expande com grupos formados por membros de diferentes países, mas treinados sob o mesmo padrão que moldou nomes como BTS e BLACKPINK. Mais do que exportar artistas, empresas como HYBE e JYP estão exportando um sistema.
Grupos internacionais, empresas coreanas
A popularização global do gênero impulsionou agências coreanas a investirem em audições fora da Ásia, realities internacionais e formações multiculturais. VCHA, grupo criado pela JYP com a Republic Records nos EUA, e KATSEYE, da HYBE com a Geffen Records, são frutos diretos dessa estratégia. Ambos nasceram em solo americano, com integrantes de diversas nacionalidades, e foram treinados segundo o modelo idol sul-coreano.
Exportando um sistema, não só um som
Mesmo com base fora da Coreia, esses grupos seguem à risca os pilares do K-pop: treinamento vocal e de dança, construção de imagem, storytelling e marketing digital. A novidade é a aplicação desse método em outros contextos culturais. Muitas vezes, os artistas não falam coreano, mas isso não interfere na estética final. A fórmula funciona e continua gerando resultados globais.
O que define o K-pop hoje?
Com essa expansão, o próprio conceito de K-pop passa a ser questionado. Afinal, um grupo formado por estrangeiros, treinado fora da Coreia, mas dentro do sistema coreano, ainda é K-pop? Muitos especialistas e fãs defendem que sim. O que importa não é tanto a origem dos integrantes ou a língua da música, mas o modelo por trás. E esse modelo, que mistura controle criativo, tecnologia e apelo visual, é inconfundivelmente coreano.
De cultura a negócio: o impacto da globalização
Ao internacionalizar sua metodologia, a indústria do K-pop deixa de ser apenas um exportador cultural. Ela se transforma em referência de gestão criativa e reposiciona a Coreia como centro de uma engrenagem global de entretenimento. Com escritórios nos Estados Unidos, Japão e Europa, e grupos como XG e &TEAM ganhando espaço, o K-pop passa a funcionar não apenas como gênero musical, mas como estratégia internacional de negócios.