Hoje vamos descontrair um pouco e falar sobre guarda roupa. Mais especificamente de estilo pessoal, de performance e profissional (vou explicar a diferença daqui a pouco), assim como a influência da história da moda na nossa moda atual.
Falando da Nayeon, acho que vocês concordam comigo que, bem no sentimento Blair Waldorf, podemos notar que ela ama uma tiara – ou pelo menos que amam colocar tiara nela – seja uma faixa ou um diadema, sempre é possível notar um charme na integrante mais velha do grupo Twice caracterizado por uma decoração no cabelo, mas com exceções.
Figurino de palco
Não sei se vocês concordariam, mas vale a pena ressaltar que eu vejo uma maturidade nos figurinos escolhidos para a Nayeon em relação a comebacks e promoções. Mesmo que o concept seja cute, talvez fantasia ou mesmo bem cheio de frufru, dá pra ver a características de “integrante mais velha”, com certa modéstia que é inclusa em detalhes nas roupas dela. Podemos ver na imagem por exemplo, que os babados no figurino de Dance the Night Away protegem e tiram a atenção do seu busto, forma comum de fazer isso por parte das coreanas, assim como as mangas longas que demonstram um visual mais “recatado” – na medida do possível, considerando sempre o conceito, que nesse caso é uma vibe bem verão.
É possível notar também isso também nas performances de Fancy, com o figurino composto por um (ahem) double breasted trench coat, que é basicamente um sobretudo que abre no meio, e com o figurino da apresentação de Feel Special no MAMA, em que o vestido dela é adornado por jóias. Temos em ambos os looks a caracterização do cabelo volumoso, que costumamos relacionar com mulheres mais maduras, em contrapartida com o cabelo completamente liso.
Isso, além do fato de que, referenciando o figurino do MAMA, relacionamos jóias com mulheres mais velhas, porque historicamente mulheres casadas e de certa idade se adornam com jóias familiares e de presente do marido em situações importantes, e esta carga histórica faz com que façamos uma relação com a maturidade.
Quero ressaltar também que a integrante mais velha não precisa se vestir de modo mais modesto somente por esse motivo e por muitas vezes alegaria que poderia ser muito bem o contrário, considerando que Im Nayeon é uma mulher adulta e dona de si, mas temos que levar em conta de que país estamos falando.
Roupas do dia-a-dia
Em grande contraste com os figurinos que para ela são escolhidos no palco, o glamour dá espaço para o conforto, e podemos ver que a nossa Main Vocal preza roupas mais folgadas e que a permitem se movimentar livremente, porém ainda com estilo.
Podemos notar que ela prefere calças, mas que na ocasião de um vestido, um longo bem soltinho lhe cai muito bem, com uma bolsa de crochê ou tricô (que não sei identificar tão facilmente), que nem ao menos combina com o esquema de cores, o que claramente não a incomoda nem um pouco. Completamente adorável e com margaridas no cabelo e no pulso, ela lembra uma versão mais atual da amada personagem Phoebe Buffay da série Friends.
E então temos o visual que caracteriza a geração Z. Mesmo sendo geração X, ou Millennial, como a maioria conhece, Nayeon se encontra na faixa etária que demonstra características de ambas as gerações, e é possível observar isso no seu guarda roupa.
De fato, como podemos ver em fansigns, passeios casuais e visuais de aeroporto, ela opta por camisetas mais baggy, moletons e suéteres, calça jeans oversized ou uma de moletom básica, e adereços que marcaram seu retorno na era do tik tok, como a jaqueta jeans revestida e os acessórios de tricô ou crochê, que voltaram com tudo graças à fama no app.
O uso dos óculos de grau ao invés de lentes de contato também são uma característica conhecida, principalmente os de aro fino e com lentes grandes, que vimos muito nos anos 70 e 80, e que voltaram como contraste total da moda da década passada: a armação quadrada e grossa e muitas vezes coloridas, que quem lembra de Restart sabe que quis e hoje em dia se pergunta por que.
Figurino de photoshoots e eventos
Agora vamos para o lado mais millennial e atemporal da moda, de certa forma. Podemos ver traços de diversas décadas sendo representados em roupas atuais, e a forma como cada look complementa a beleza da idol. Com toques que lembram a moda vintage, o que é de praxe hoje em dia, podemos ver por exemplo no photoshoot para o Dispatch um conjunto que traz diversas lembranças à moda praia dos anos 50, enquanto seu penteado remete ao fim dos anos 90 e início dos 2000.
Podemos ver no photoshoot ao lado que há diversos toques da moda millennial, em que Nayeon representa bem sua geração. Temos as franjas com pedras brilhosas descendo do short justo, que faz conjunto com uma camiseta de estampa somente na frente e de tecido leve (já tive muitas desse modelo inclusive), com pedras perto da gola, um brinco de pena em só uma orelha, que já foi febre, e um salto com uma cor marcante para fechar o look. Há alguns anos esse era o ápice da moda, mas na realidade Im Nayeon ficaria maravilhosa até mesmo numa pintura Elisabetana, sem querer bajular demais é claro.
Por último, temos o vestido branco midi, com a cintura que lembra o início da era da Regência, um busto com um desenho que remete ao fim dos anos 1910, e brincos pra lá de anos 60. É interessante ver de que forma a história da moda ainda afeta a moda atual, e observar como a moda volta de anos em anos, adaptando aquilo que já foi moda há vinte ou trinta anos atrás, o que já era uma adaptação de uma adaptação de uma adaptação, etc.
A conclusão é a seguinte: Com estilos diversos e com sua energia contagiante, presença de palco incrível e leveza de ser (deixando aqui uma observação pra lembrar vocês que essa mulher já arrombou uma porta pra salvar uma integrante do grupo), os visuais que compõem o guarda roupa dessa fada são diversificados, porém sempre carregam o selo Nayeon de aprovação neles.
