A cultura dos fandoms é muito vasta, e com isso, é normal que o nome ou imagem do ídolo sejam usados para chamar atenção do público. Dessa forma, os fãs produzem seu próprio material para se sentirem parte do fandom, para demonstrar apoio ou até mesmo como um hobby. São exemplos as Fanarts, fanfics, fanclubes, fanpages, e por ai vai. Em outras palavras, é um material feito de fã pra artista/fã.
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— Wondertrails (@wondertrails_) January 27, 2019
Até ai o conceito funciona. Tudo muito bonito, feliz, todo mundo de mãos dadas cantando Into The New World do SNSD juntos. O problema começa quando, dentro do próprio fandom, existe uma esteriotipação exagerada dos artistas, onde suas características mais salientes aos olhos se destacam e acabam virando seu único adjetivo disponível. Por exemplo, reduzir Jeonghan (SEVENTEEN) somente à alguém trapaceiro, de aparência feminina e frágil.
Forçar a barra que todo homem visto como “flower boy” é inocente, puro, passivo e gentil é se limitar a generalização de características e é também continuar as impondo. É também absurdo que precisemos falar sobre como ninguém deveria ficar dando pitaco em público sobre orientação sexual de ninguém, principalmente se vamos nos basear na forma como alguém age ou se parece.
Dessa forma, assumimos que não estamos nessa para consumir o trabalho e a personalidade do artista, mas sim sua vida pessoal. É quase como uma tentativa de controlar os passos de determinado ídolo e se assemelha aos fãs que anseiam casar com seus objetos de desejo.
Reforçando que, sim, é normal e comum ter curiosidades e admirar um ídolo, principalmente na fase da adolescência quando naturalmente nos desvencilhamos da idolatria aos pais. No entanto, devemos nos atentar até que ponto estamos projetando nossas próprias ambições e desejos nos grupos de Kpop.
Em 2015, Amber Liu, ex membro do f(x) e atualmente solista, falou sobre como sempre que era vista com amigas mulheres surgiam boatos de namoro (que vinham principalmente de seus fãs), mas isso não acontecia com idols homens simplesmente por sua aparência “tomboy”. Mesmo que a artista tenha falado em tom de graça e também ache a situação até fofa, dá pra perceber que eles mesmos percebem a diferença de tratamento:
O engraçado é que, eu namoro (para fãs e mídia) mais meninas que meninos, o que é engraçado, por que, você sabe, eu sou próxima de você (Aron do Nu’est), Peniel do BTOB, Rome do C-Clown. Mas quando eu estou com caras, não é como se eu namorasse o Aron ou o Peniel, é como se eu estivesse namorando Krystal do f(x) ou a Minah do Girls Day, e eu acho isso engraçadinho/fofo.
Mas nem tudo é engraçado para Amber:
Eu não gosto por que deixa minhas amigas em uma situação estranha, mas eu também até gosto por que é tipo, oh… As pessoas falam que eu pareço um namorado, que eu posso cuidar das pessoas. Gosto por que mostra que eu cuido dos meus amigos (…)

