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Vanguardas e Excelência Performática com o Epik High: O legado do trio sul-coreano e o impacto estelar sobre o público brasileiro

Nos dias 4 (Sexta-feira) e 6 (Domingo) de Agosto, as cidades de Rio de Janeiro e São Paulo ficaram pequenas diante da grandiosidade da performance dos pioneiros do Hip-hop coreano, Epik High. O trio deixa saudades dois meses depois de sua super turnê All Time High, que arrastou os fãs às casas de show para seu primeiro evento na América Latina em vinte anos de carreira.

Formado por Tablo, Mithra Jin e DJ Tukutz, o Epik High faz parte da vanguarda do Hip-hop coreano, que ganhou o mainstream com suas letras poderosas, personalidade ímpar e performances de tirar o fôlego. Como esperado, o braço latino-americano da turnê não poderia ser diferente da qualidade imbatível do trio, e surpreendeu os fãs e o público geral, que deixou o local em suspiros melancólicos, desacreditados de que havia acabado. Com certeza foram noites que entraram para a história.

Com muita potência, os três artistas pervertem a imagem imaculada da figura idol, discutindo mazelas sociais e sobretudo valorizando trocas humanas com seus ouvintes, que possuem um laço muito bonito com o grupo e tudo o que representam. Muito mais do que ícones na música, o Epik High também é emblemático por ser um ato de conexão, inclusão e harmonia. O carisma épico e acolhimento virtuoso não deixa dúvidas sobre a naturalidade com que a performance acontece, e nesse aspecto os vinte anos de estrada se evidenciam e pairam sublime sobre o palco, flertando diretamente com as emoções da plateia, que caprichou no coro e soube dar uma boa festa para receber a crew, com muita energia, beleza e dedicação.

A setlist contempla os principais momentos da carreira do Epik, desde os primórdios com a clássica Fly (2006) e Love Love Love (2007), até o marco mais recente em Catch (2023); Em meio ao túnel do tempo, o hit Born Hater era um dos momentos mais aguardados da noite, e foi introduzido com discurso motivacional, com direito a vocabulário nacional quando Tablo disse “se tem alguém por aí que te diga que você não pode ser você, você pode apenas dizer a eles VAI SE FODER”. A excelente Prequel abre o show para resgatar o legado do terceto em sua letra, que faz referência a seus principais álbuns.

Não apenas musicistas, os três vanguardistas também se provam como grandes comediantes, arrancando gargalhadas de toda a casa em clima perfeitamente envolvente, e elogiaram os brasileiros por serem “gentis, honestos e calorosos” e manifestaram sua vontade de vir ao Brasil por muito tempo antes dessa turnê, e declaram: a despedida foi realmente triste.

Reprodução: NPOMV

O trio faz jus ao seus vinte anos de carreira e se diverte com os fãs, aproveitando a companhia do público brasileiro.


Além de curtirem muito o show, cantarem as hooks e engajarem automaticamente no ato performático fenomenal do grupo, a torcida apaixonada do Epik High surgiu de todo o país para somar à festa, explicitando seu amor em goodies, merchs e a incrível inovação da noite: o lightstick feito à mão, em formato de dedo do meio levantado. Levantar o dedo e, resistir rebelde diante das injustiças e competições se tornou marca registrada do Epik, que se coloca alheio não apenas às convenções sociais, mas qualquer padrão, saudosismo ou blasé do status quo.


No auge do entusiasmo e, diante do ativismo perspicaz do Epik High, os fãs, nomeados High Skool, comentam: “A energia deles é insana (…) queremos de novo em breve”; “Foi tudo que eu sempre imaginei, só que melhor”. Em um misto de realização e nostalgia, o silêncio não cala nem no momento que o show acaba, já que o encore foi chamado de prontidão e, novamente o ato foi recebido calorosamente para a celebração da beleza e aceitação de New Beautiful, e a crítica afiada aos odiadores de plantão em Don’t Hate Me – Que também soa mais como celebração do ódio que não se prolifera, do que exatamente uma crítica – e esse é um dos momentos mais emblemáticos da noite, não atoa as faixas principais do álbum 99 permanecem na setlist oficialmente desde seu lançamento em 2012.

De maneira geral, o Epik High marcará as memórias dos brasileiros, assim como marcou a juventude de todo o High Skool, que o recebeu de braços abertos e mal pode esperar pela próxima rodada. O show é um apanhado muito coerente que passeia entre momentos emocionais e entregas explosivas, com flows muito legítimos e, ao mesmo tempo impressionantes, e todo o carisma de Tablo, Mithra Jin e Tukutz, cuja personalidade é inevitavelmente complementar, diante da convivência de mais de duas décadas. A sinergia e abordagem intimista transformam o espetáculo em um deleite, e em uma viagem entre os caminhos inóspitos da alma humana. Por agora, estaremos mapeando nossas almas em sintonia com o Epik High, que aqueceu o inverno brasileiro e reinou épico em nossos corações.

No mais, nosso agradecimento total à produção da Wmais Ent, pelo convite, solidariedade e apoio. Nos vemos novamente em breve.

Confira a setlist completa abaixo.

Here – Prequel
Fly
Map the soul
Eternal Sunshine
Rosario
Burj Khalifa
No thanxxx
All day
Rain Song
Love Love Love
One
Born Hater
Don’t hate me
Catch/ Eyes nose lips*
Kill This Love
New Beautiful
1 minute 1 second



* Catch esteve na setlist do Rio de Janeiro e, em São Paulo foi substituída por Eyes Nose Lips – Provavelmente por apelo dos queridos cariocas que estouraram o Vivo Rio clamando por Eyes Nose Lips quando o show acabou, e ainda assim ficaram sem. RIP. Porém Catch foi incrível.

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