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CAPA

A Controvérsia de Irene do Red Velvet com “Kim Jiyoung, Nascida em 1982”: Uma Reflexão sobre Feminismo na Coreia do Sul.

Em 2018, Irene compartilhou com seus fãs que estava lendo o livro “Kim Jiyoung, Nascida em 1982”, uma obra que alcançou a marca de 200 mil exemplares vendidos em 2016.

No entanto, o que deveria ser um simples compartilhamento literário tornou-se um terreno de controvérsias quando sua breve menção ao livro, considerado um ícone da literatura feminista contemporânea na Coreia, desencadeou uma reação inesperada entre alguns fãs online. Algumas manifestações extremas, como queimar e destruir fotos da estrela de K-pop, revelaram a sensibilidade em torno do feminismo na sociedade sul-coreana.

Foto de de divulgação do album “Chill Kill” (2023)

Independentemente da identificação pessoal de Irene com o feminismo, o debate, muitas vezes rotulado como cyberbullying contra a artista, concentrou-se no romance lançado em 2016, que se tornou o best-seller nacional, mantendo-se no epicentro do debate sobre política de gênero. Esse diálogo ganhou ainda mais relevância com o crescente movimento #MeToo no final de janeiro do mesmo ano.

Antes de adentrar nos eventos subsequentes envolvendo a idol e sua repercussão, é fundamental entender o que representa o livro “Kim Jiyoung, Nascida em 1982”. O romance sul-coreano, escrito por Cho Nam-joo, traça a vida de Kim Jiyoung desde sua infância até a idade adulta. Ao explorar suas experiências, o livro aborda questões complexas como desigualdade de gênero, discriminação no ambiente de trabalho, pressões sociais e expectativas culturais impostas às mulheres.

Além de cativar um público feminino, o livro encontrou ressonância no cenário político, sendo presenteado por políticos masculinos notáveis, como Roh Hoe-chan, ao presidente Moon Jae-in. A divulgação dessa informação por Irene resultou em uma controvérsia, com alguns fãs masculinos expressando descontentamento, mas também desencadeou uma onda de reflexão entre os mais jovens.

Em meio à turbulência, a obra atingiu o marco de 1.000 cópias vendas, culminando na criação de uma edição especial que incluiu uma citação de Irene pela autora. A presença da idol reverberou internacionalmente, sendo mencionada na edição canadense do livro pela revista ‘Quartz’ e no prestigiado New York Times.

No entanto, a celebração foi ofuscada pelo descontentamento de alguns fãs masculinos, que expressaram sua insatisfação destruindo photocards de Irene e lançando críticas nos fóruns, questionando sua escolha de ler um livro considerado feminista. Apesar do tumulto, o livro experimentou um ressurgimento nas vendas, reconquistando o topo das listas de best-sellers.

Vale destacar que, em meio a todo o episódio, Irene optou por não se desculpar, mantendo-se firme em sua posição, argumentando que não cometeu nenhum erro digno de retratação. Este incidente não apenas impulsionou as vendas do livro, mas também provocou uma reflexão mais ampla sobre o feminismo na Coreia do Sul, evidenciando a necessidade contínua de diálogo e entendimento em relação às questões de gênero na sociedade.

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