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Quanto vale entrar pra história? O polêmico feat do Baby V.O.X com Tupac

Que o K-pop explodiu no ocidente no final da terceira geração e se firmou completamente na quarta ninguém pode negar. Porém, vocês sabiam que os primeiros passos do k-pop para ganhar o ocidente aconteceram ainda na lendária primeira geração? Pegue sua xícara e sente que lá vem história!

Da esquerda para a direita: Miyoun, Eunjin, Eunhye, E-Z e Heejin para a promoção do álbum Ride West — Foto: Divulgação/DR Music.

A trindade feminina da primeira geração

Formado e gerenciado pela DR Music (a mesma do Blackswan e Rania), o Baby V.O.X foi um dos principais nomes entre os grupos femininos na primeira geração, ao lado do S.E.S e Fin.K.L. Entre os vários sucessos lançados nos dez anos em atividade, provavelmente você já assistiu algum grupo performando o pop açucarado de YaYaYa:

Surpreendendo ao ter um break de hip-hop em uma canção white aegyo, YaYaYa é uma das músicas mais conhecidas do conceito fofo.

Provavelmente muitos dos fãs de k-pop que conhecem o Baby V.O.X associam o grupo diretamente a Lee Gai, membro que mentiu a idade para debutar no grupo. Apesar de ser um fato marcante, não se deve limitar a trajetória do grupo a uma polêmica repentina. Vale ressaltar que Gai ficou por cerca de 1 ano no grupo, e após isso o Baby V.O.X seguiu sendo um sucesso.

Em 1999, ao lançamento do álbum Come Come Come Baby e o single Get Up, o grupo conseguiu o primeiro lugar nas paradas pela primeira vez.

Caminhando ao Oeste

Em 2004, o grupo lançou seu sétimo e que viria a ser seu último álbum. Intitulado Ride West, o material trazia uma grande inovação para a cena do kpop: participações de artistas ocidentais. Nesse caso, Tupac, Jennifer Lopez e Floss P estavam presentes em faixas do álbum.

O carro chefe do álbum foi Xcstasy, uma faixa hip-hop claramente inspirada pela sonoridade urbana em alta nos Estados Unidos no início dos anos 2000. Com uma versão totalmente em inglês, MV cinematográfico, vocais sussurrados e transbordando sensualidade, tornou-se marcante por ser um conceito incomum para artistas femininas da época.

Apesar das críticas negativas, Xcstasy é considerado um dos primeiros passos do conceito sexy no mainstream do K-pop.

A polêmica de um sample

Provavelmente alguns não conheçam, mas Tupac Amaru Shakur ou simplesmente 2pac, é uma lenda quando se fala do Hip-Hop norte-americano. Provavelmente foi com o pensamento de honrar seu legado que levou Yoon Deung Ryong, então CEO da DR Music, a viajar até os Estados Unidos para firmar uma parceria com a Interscope Records e licenciar os direitos de imagem e som para o vindouro single do Baby V.O.X.

Ao lançamento, a música recebeu duras críticas da comunidade hip-hop sul-coreana. O grupo passou a receber acusações de usar a sample de maneira ilegal e até mesmo usar a imagem do rapper norte-americano apenas para fins comerciais.

Imagem de promoção para Boyish Story, quinto álbum do grupo — Foto: Divulgação/DR Music.

Lee Na Neul, um popular rapper na época, liderou um backlash contra as garotas, chegando até mesmo a ofendê-las publicamente. A fim de conter danos, Deung Ryong veio a público afirmar que houve uma compra legal do sample, porém, sem grande surpresas, a poeira não baixou e o Baby V.O.X continuou a sofrer duras críticas a ponto de encurtar as promoções do single.

A DR Music ainda tentou insistir nas promoções do álbum, lançando Play como segundo single do projeto. Porém, apesar de conter os vocais da popular Jennifer Lopez, o single fracassou e logo as promoções do Ride West foram injustamente encerradas.

O fim de um legado

Após meses em silêncio, duas membros anunciaram sua saída do grupo. Enquanto Eunjin se justificou com desinteresse pelo conceito atual do grupo, Eunhye — provavelmente a membro mais conhecida hoje em dia — começou a se dedicar ao que viria ser uma carreira de sucesso como atriz.

Princess Hours e Coffee Prince, onde Eunhye contracenou com Goong Yoo, fizeram tanto sucesso que hoje são considerados clássicos entre os doramas coreanos Fotos: Divulgação/MBC.

Cerca de um ano depois, a DR Music anunciou o disband, oficializado em 2006. Hoje, as membros ainda estão ativas, mas em suas respectivas carreiras, seja no ramo da atuação ou aparições casuais em programas de variedades.

Em 2010, o grupo realizou uma reunião no extinto programa Kim Jung-eun’s Chocolate. Animadas, performaram um medley de YaYaYa, Killer e Coincidence.

Tendo uma carreira excepcional e sendo pioneiras em vários conceitos dentro K-Pop, o Baby V.O.X terminou de forma injusta. Não deixa de ser triste ver como a sociedade misógina sul-coreana destruiu uma carreira consolidada por um mal entendido, e é possivel afirmar que pouco evoluiu de 2004 para cá.

Apesar das polêmicas envolvendo o grupo, é importante focar em seu legado, de como ditaram tendência e sempre foram à frente de seu tempo: o primeiro grupo femino sul-coreano a ter um single totalmente em inglês, a plantar a semente do girlcrush além de ser pioneiro nas colaborações ocidentais.

Apesar dos altos e baixos, o Baby V.O.X tem um legado na cena musical sul-coreana e isso é inquestionável.

Para seguir informado(a) de assuntos históricos do K-pop, continue acompanhando o site e redes sociais da Nunca Pause o MV!

Referências

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